Dê flores aos vivos! Perder pessoas em vida, resulta em ressentimento e mágoa, porém perder pessoas para a morte, resulta em tristeza e arrependimento. Certas emoções nos levam a destratar quem, muitas das vezes, esteve conosco e se preocupou com nosso bem-estar. O orgulho afasta as pessoas, muitos podem até pensar consigo mesmos de que é uma "questão de honra", mas não é. O orgulho é uma característica humana que mostra o quão imaturos ainda somos. A raiva nos cega e nos leva a cometer erros, machucamos pessoas. Certos defeitos nos caracterizam mais do que as qualidades e isso está errado. É preciso encarar seus defeitos e combatê-los, tentar controlá-los. O grande problema é que as pessoas se acostumaram a mesmice e sentem orgulho de serem o que são, sentem orgulho de seus próprios defeitos. Não confie em pessoas que se orgulham de serem erradas. Os defeitos definem muitas pessoas e elas não são confiáveis. Muitas delas, mais machucam do que são machucadas, mas o ato de ferir ao outro, seja com palavras ou ações, mostra que precisamos de uma melhora. O problema é que aqueles que buscam melhorar são levados a sair um pouco do caminho por aqueles que não buscam. Emoções! Pessoas feridas tendem a machucar e assim caminham as pessoas sobre a terra. Isso nunca acaba e se transforma em um ciclo, uma disputa medíocre sobre "quem fere mais". É incrível a força de vontade e disposição de muitas pessoas para gerar conflitos, brigarem, ofenderem umas as outras, mas para dizerem "Eu te amo" sentem uma dificuldade, talvez isso se dê porque no fundo elas têm consciência de que não estão realmente amando ou que pelo menos não estão sendo sinceras para com o outro.
"O homem é algo que deve ser superado."
- Nietzsche
Tudo que há de mais desprezível no ser humano, ele deve combater. O primeiro passo é a aceitação, o segundo é combater, enfrentar a si mesmo, olhar para dentro de si e buscar por seus próprios defeitos. Aquele que busca melhorar, tende a querer que todos a sua volta também melhorem. Talvez isso seja mal visto por alguns olhos, mas se todos buscassem uma melhora, não haveria tantos conflitos. O intuito não é atingir a perfeição, mas combater em si o que há de imperfeito. Muitos seres humanos se utilizam da desculpa de que são falhos, fomos ensinados a achar normal sermos iguais uns aos outros nos hábitos, pensamentos e até nas atitudes. "O ser humano é falho", essa frase é tão cínica quanto quem a diz. Reconheça que é falho, mas busque melhorar, acertar. As pessoas estão acostumadas a cometerem erros e se conformaram em sempre cometê-los, mas o caminho não é por aí. Aceitar que é falho é o primeiro passo, mas buscar por uma mudança é o que vem depois. Errar é ordinário, mas buscar acertar, agir diferente é o que realmente qualifica um ser humano melhor. Mas quem está disposto a enfrentar a si mesmo? Quem está disposto a combater o que há de mais desprezível em si mesmo? A mudança interna é a chave para a mudança externa, você reflete aquilo que traz consigo em sua mente, em seu interno. Conflitos externos sempre acontecem, porque as pessoas estão em conflitos internos. Pessoas perdem pessoas em vida, porque estão perdidas em si mesmas. A morte, quando chega, traz consigo um martelo que bate na cabeça daqueles que estão destruindo tudo em sua própria vida. Quando perdemos quem amamos nos damos conta tardiamente de como era bom ter aquela pessoa ao nosso lado, percebemos que não fomos sinceros com o outro, que não dissemos tudo que deveríamos dizer, que não amamos de verdade. A morte nos traz uma reflexão. Faz a gente acordar, despertar de quimeras. Mas por que as pessoas ainda insistem em serem o que são se o que são não é o que deveriam ser? Até quando as pessoas sentirão prazer em ferir umas as outras? Até quando irão sustentar a mentira de que não precisam mudar, melhorar? Até quando pessoas irão perder pessoas, por orgulho, raiva, rancor, ressentimento, desamor, ciúme, falta de diálogo, falta de comunicação? Levar flores aos mortos pode até confortar muitos corações, mas dá flores aos vivos vale bem mais.
Os "processos internos" se refletem nas atitudes externas, esse ciclo vicioso é o "sintoma" que andamos no "desequilibrio da razão". Muito bem exposto meu caro. Parabéns!!