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Minhas impressões sobre a escrita.

Atualizado: 13 de ago. de 2020

Minha Primeira Regra (talvez única): não desconsidere sua experiência. Sua vida, suas histórias. Tudo é repertório, tudo é jornada, tudo é uma eterna busca de respostas. Qualquer conselho, que escritores, desde o mais simples até o mais sofisticado possam lhe dar, é perpassado por empirismo, vida e experiências pessoais. Ninguém pode falar de algo que não experimentou (digo em percepções sensoriais). Já pensou em descrever como é o gosto de uma maçã? Ou o prazer de sentir a água gelada de um rio ou o afago de uma brisa leve em seu rosto? Como definir emoções, sentimentos, lembranças? Então, não desvalorize a sua própria experiência. Mas junto a essa regra, aprenda com a experiência do outro. Observe.

Grosso modo a escrita é só o registro. O livro é só um suporte, uma tecnologia. Antes de aprofundar conceitos, pense em um passado remoto onde tudo era transmitido oralmente. Não deixa de ser literatura, essa, é em si a arte da palavra. Por definição, a transmissão oral é literatura. Mas sem registro informações se perdem. Pense no pastor que risca uma vara ao fim do dia para conferir se todas voltaram ao cercado. Talvez a escrita tenha surgido pela necessidade de transmitir ou guardar informações.

Bom. Acho que estabeleci os pontos que vamos refletir: Experiências, vivências, observação e registro.

Um bom escritor não é aquele que apenas domina as técnicas de registro; linguagem, gramática, semântica, etc. Antes de tudo, ele deve ser um grande observador, um coletor de histórias, um pesquisador do humano e, com isso, de seus sentimentos, ações, escolhas, filosofias, etc. A leitura provoca no leitor respostas físicas. A leitura cria uma empatia, nos colocamos no lugar do outro, nos imaginamos na pele do herói ou do vilão. Choramos, rimos, ficamos com raiva, nojo, indignação. Há necessidade de uma experiência leitora, óbvio. Vivemos a vida do outro. Quando isso não acontece esquecemo-nos do livro, da história, do nome dos personagens. E partirmos para um próximo que nos preencha.

Piegas? Não. Isso já foi testado. Há estudos sobre essas respostas. E isso prova que o principal de uma boa história é a profundidade emocional dos personagens. Não é só uma questão de perfis físicos, cor de pele, cabelo, altura, peso. Mas o que importa é você ser capaz de prever as reações dos personagens, entender como ele pensa e ou como reagiria frente a essa ou aquela situação. Claro. Isso não é regra. Nada é regra. Falo regra como a receita absoluta que vai resolver tudo. A panaceia divina. Não há remédio que cure tudo. Mas há conversas que dão alento.

Aceitei o convite de escrever para esta plataforma em função de um aspecto que acho fundamental. Em um blog há a possibilidade de conversar, comentar, interagir. Esse foi um texto de apresentação, de entrada nesse mundo imenso. Espero continuar em breve.

Que a fogueira não se apague e nossa conversa gere ideias, inspirações, respostas.

Até mais.

Guto Domingues



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3 Comments


Pablo Gomes
Pablo Gomes
Oct 22, 2020

Escrevemos como humanos, em toda a complexidade que nos constitui. Cada traço ou vivência, cada observação ou experiência. O que escrevemos nos expõe, sempre. Fala mais de nós do que saberíamos dizer! Mas, jamais poderão confiar no que leem, pois o que escrevemos também é o que não somos, numa dança que usa nosso corpo para mostrar outros seres, outras criaturas, outros universos potencialmente tão profundos e complexos como nós, mesmos!

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Pablo Vieira Neves
Pablo Vieira Neves
Sep 11, 2020

Concordo que o centro de tudo seja a profundidade (tanto psicológica quanto sentimental) do personagem. Gostei do texto, parabéns!

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Disse tudo, arrasou no caminho. Parabéns!

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