Não nos ensinaram a amar?
Somos decolonizados
De nós mesmos?
Estamos correndo o tempo todo
No tempo!
Corremos para pegar o ônibus
Corremos para pegar uma senha
Corremos para tudo
E estamos correndo dentro da gente
E nessa corrida
Atropelamos os sentimentos
Não nos atentamos para os sinais,
Vitais,
Que existem há tanto tempo
Dentro da gente...
Nem sempre ultrapassamos a barreira
As barreiras que nos impedem de seguir, de lutar, de resistir
De exterminar o preconceito.
Temos que nos decolonizar
E fazer da nossa morada
Espaço de empoderamento
De fazer da nossa sociedade
Espaços de interação
Com nossa cultura, com as culturas populares,
Pois estas sempre sendo marginalizadas,
Resistem
E existem em espaços múltiplos.
O tempo? Agora.
O espaço? Decolonizado.
Dentro de nós
Fora de nós
O tempo? Agora
De decolonizar as raízes racistas
E excludentes!
Decolonizar pensamentos
Decolonizar gentes
Decolonizar espaços acadêmicos
Decolonizar ações
Para que meu mundo, nosso mundo
Nosso tempo
Seja poeticamente
Espaço de florescer!
Assim, ensinaremos tantas outras gentes a amar!
Sobre a Autora:
Natural de Salvador, BA, radicada em Feira de Santana. Doutoranda em Educação, é professora e poetisa. Publicou Catadora de Versos, Condado Poético, A Mulher e a Rosa e outros poemas de amor, Malu: a bailarinadas águas e antologias como Poetas pela Paz 1 e 2, Cadernos Negros 39, Lúdicas Estrofes, Poesia de Botão, Indignados, Correspondência, Gotas Poetas etc. Organizou a antologia VIDAS PERFUMADAS. Ocupa a Cadeira 54 da Academia Independente de Letras (PE) e a Cadeira 539 da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil. Participa do grupo Mulherio das Letras. É colunista da Revista Statto.
Parabéns, Cláudia! Lindo texto! Leva-nos a reflexões e indagações muito pertinentes. Desejo-lhe ainda mais sucesso!