O resto do dia foi uma intensa procura entre arquivos, sites e indagações aos investigadores sobre o tal Jordi Gonçalves, que não tinha nada além do nome.
— Quer que eu chame o doutor Saulo, delegada?
— Não. Só vai levantar um alerta pra ele. A gente vai achar alguma coisa desse cara.
— Mas está difícil.
— Tavares, você tem muita coisa pendente hoje?
— Ah… Algumas coisas, por quê?
— Você vai tentar pescar alguma coisa direto na fonte.
— Como assim?
— Vai atrás do Saulo, mas sem ele saber.
— Quer que eu siga ele?
— Será seu primeiro trabalho de investigador, por um dia.
— Mas por que eu, delegada? Não é melhor mandar o Pereira ou…
— Esse ainda não é um caso oficial e eu não quero envolver eles ainda. Você é o único que confio por aqui ainda.
— Nossa! Depois dessa não tem como negar. Mas o que eu tenho que fazer?
— Quando acabar o seu turno aqui você vai pra porta do escritório dele e vai ser a sombra dele. Presta atenção em cada passo dele, principalmente com quem ele fala. Vai no meu carro.
O estagiário aceitou a demanda com um misto de emoção e receio. Nunca se imaginou seguindo um advogado conhecido numa cidade tão pequena e de aparência tão pacata.
A noite chegou e Danilo já se punha estacionado ao lado do fórum, de frente para o escritório de Saulo. Este, pouco antes das sete saiu pela porta e entrou em seu carro, partindo pela avenida Milton Motta em direção à praça João Corsino de Freitas.
Subiu a praça e fez o contorno. Estacionou em frente ao cartório. Danilo estacionou o carro em frente à biblioteca e ficou observando sentado num banco da praça. Saulo saiu e seguiu pela rua, descendo novamente em direção ao escritório.
Danilo, ao estacionar na rodoviária, seguiu a pé para mais perto do carro do advogado. Antes de chegar à fachada do escritório viu chegar o dono do cartório. Pouco depois, um segundo homem entrou, este desconhecido. Antes de uma hora depois, saíram todos.
Perto da meia noite Danilo buzinou em frente à casa de Elisa.
— O carro está entregue.
— E o Saulo?
— Foi no cartório, depois voltou pro escritório. Uns cinco minutos depois chegou o dono do cartório e um outro cara que eu nunca tinha visto antes.
— Conseguiu tirar alguma foto?
— Nem pensei nisso na hora.
— Tudo bem. De qualquer forma já valeu alguma coisa. Amanhã a gente faz uma marcação mais forte. Entra que eu te levo em casa.
Capixaba natural de Ecoporanga, atualmente residindo em Feira de Santana-BA; estudante de Pedagogia, escreve desde criança. Apaixonado por café, criança, história, arte e cultura brasileira. A Arte de Viver foi sua primeira novela publicada, além da coletânea Contos Oh! Ríveis, de humor, estando presente em coletâneas de contos e poemas do Projeto Apparere e contos disponibilizados na Amazon.
O gênero policial vem sendo seu novo foco na escrita, explorando a temática familiar, um prato cheio para discutir as relações da sociedade e refletir sobre as atitudes passionais.
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