Na sala da casa de Danilo, Elisa abria a porta para Pereira.
— Falou com o Saldanha?
— Se eu te contar do que ele te xingou, Elisa...
— Nossa.
— E é falta de vergonha minha estar aqui mesmo. Você acabou com a delegacia por perseguição a gente grande demais. Só vim porque... Porra, não tenho mais nada a perder
Sentados por mais de uma hora numa conversa, Elisa, Danilo e Pereira planejavam como terminar a investigação.
— Tem alguém infiltrado na equipe, e ele agiu direitinho.
— Não só na equipe, Elisa. Tem gente em todo lugar. Me desculpa, mas não acredito que o sequestro da sua mãe tenha sido real.
— Espera, você está dizendo que... — A delegada foi interrompida pelas batidas na porta.
Ao abrir, Danilo deu de cara com o corregedor e Ribeiro.
— Elisa, finalmente te achamos. Infelizmente teremos que te deter para averiguações.
— O que? Como assim?
— Recebemos um membro da equipe que acusou você de dar um fim no gerente, além do mais, suas digitais estavam na cela e no corpo.
Sem contestar, a delegada acompanhou os colegas.
Danilo, indignado, rodava pela sala enquanto Pereira tentava ligar para Saldanha.
— Não atende.
Clicando no contato, viu uma atualização da foto. Mudou de um sério fardado para um sem camisa na cachoeira.
— E ainda passeando, o safado.
— O que?
— Olha aqui, mudando a foto de perfil. Cheio de pose na cachoeira.
Danilo mirou o visor e percebeu o borrão no braço.
— O que é isso no braço dele? Não tem como aumentar essa imagem?
— A qualidade é uma porcaria, mas parece uma tatuagem.
Aumentou a imagem que, mesmo pixelada, deixou perceber os traços básicos.
— Miserável! — Bradou Danilo socando as mãos.
— O que, moleque?
— Essa marca, Pereira. É a que encontramos nos outros. Anteros. Certeza que é a marca deles. O infiltrado é o Saldanha.
— Certeza que foi ele quem incriminou a Elisa, então. Não dá pra acreditar, o cara sempre foi parceiro.
— Talvez não tenha muito tempo que ele entrou, ou sei lá... Mas a gente tem que falar com o corregedor agora.
Trancaram a casa imediatamente e seguiram para a delegacia.
Sobre o Autor:
Capixaba natural de Ecoporanga, atualmente residindo em Feira de Santana-BA; estudante de Pedagogia, escreve desde criança. Apaixonado por café, criança, história, arte e cultura brasileira. A Arte de Viver foi sua primeira novela publicada, além da coletânea Contos Oh! Ríveis, de humor, estando presente em coletâneas de contos e poemas do Projeto Apparere e contos disponibilizados na Amazon.
O gênero policial vem sendo seu novo foco na escrita, explorando a temática familiar, um prato cheio para discutir as relações da sociedade e refletir sobre as atitudes passionais.
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