Ando por ai
Pra aliviar a minha lombra
Tentando fugir de mim mesmo,
Tentando me encontrar
Com fone no ouvido, vou andar
Caneta e caderno na mão
Que risco as minhas maluquices
Pra alguns genial
Pra outros pode ser só idiotices
Foda-se, não devo ninguém
Essa semana vinhe-se na mente
E chorei no meu caderno
Lágrimas viram tintas, viram rimas
Você disse que me ama
Acho que lá no fundo você mente
E na agonia que fumo mais
Minha cabeça está a mil por hora
Mas meu peito quer paz
E em cada praça que eu passo
Passado leva ou me trás
Há um tempo que não volta jamais
Ontem deitado em minha cama
Vi um velho assum preto
Perguntei se ainda vamos se acertar
Sorriu e disse nunca mais
Acho que essa loucura vai me matar
Mas já é de tarde e vou andar
Andar até não aguentar,
E quem sabe um dia iremos nos perdoar.
Sobre o Autor:
Pernambucano, ator, produtor cultural e escritor, Luiz Alladin escreve versos desde a infância, influenciado pela família, mas entrou de cabeça mesmo na literatura quando largou a faculdade de ciências contábeis e começou a frequentar os saraus. Hoje ele se dedica em escrever seus textos e a produzir eventos culturais na região onde vive, no interior de Pernambuco, preservando espaços de cultura de resistência.
Alladin, parabéns! Amei o seu texto e achei o máximo a intertextualidade referente ao mestre Poe. Sucesso a você!
Muito Bom trabalho meu caro. Parabéns.