Videira de vida vácua
Vórtices em uvas fátuas
Infrutíferas, antidionisíacas
Se inteiram das armas e espezinham vítimas
E desativam a já débil faísca
Da massa inerme, acrítica
No desatino de uma febre árdua
Estonteia como um verme que atua
E que mira e prostra e metralha
A vida que mal vinga e falha
A pobre e severina vida
Em torpe e ferina sina
Que em cachos se encaixa e se atrapalha
Vive sua morte-vida em feixes, se avacalha
E finge vida em falsas vindimas
E cinge risos em horas de fadiga
Avacalhanoeira, canoa, canoa ida
Atraca no eito, à toa pulsão que finda
Se vai e vem e volta e torna a avacalhanoar
E já não remo, não temo, não singro, vivo no ar
Sobre o Autor:
Pedagogo e comunicólogo formado pela UFRGS, onde também realizou especialização em Pedagogia da Arte. Mestre e doutor em Educação pela PUCRS. Amante da natureza, da
Filosofia e da Arte. Nos últimos anos, publicou diversos artigos sobre educação em periódicos da área, além de poemas em cadernos literários e matérias em revistas. Atualmente, é professor de Educação Infantil da Rede Municipal de Esteio – RS.
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