Veio de tão longe, de um continente chamado África
Brotou nas altas terras da Etiópia, na província de Kaffa
Nessa época, era usado pelas tribos do continente africano,
De sustento para animais à força dos guerreiros, um balsamo.
Seu nome se origina da palavra Gahwa,
Ficou conhecido como o vinho da Arábia.
Seu cultivo inicial data de 575, no Iêmen se estendeu
Indo para Constantinopla, França, até as Américas transcendeu.
Adentrou no Brasil de forma clandestina;
Em grão de Café arábico, provindo da francesa Guiana,
Pelo Governador do Grão-Pará, onde teve primeiras plantações
Mas, em São Paulo e em Minas Gerais, obteve as altas produções.
Sua propagação no Brasil veio de um intenso sofrimento,
Do suor e sangue, opressão e tormento;
Das correntes frias da escravidão
Os senhores de escravos, expandiram a produção.
Com o fim da escravidão, a conclusão do processo de abolição
Para a indústria cafeeira, foi necessária a readequação.
Aos europeus a imigração, aos ex escravos a eugenia;
Conduziram os pretos para a marginalia.
A crise de 1929, foi refletida no Brasil, já éramos neocolonizados
Da indústria cafeeira estoques de café foram queimados.
Para o controle dos preços, uma colônia em devaneio
Superada a crise, nosso país continuou a usar o café como esteio.
Hoje o Brasil é um dos maiores produtores mundiais
Concorrendo com Colômbia, Vietnã e Indonésia.
Da África, Arábia, Europa, Brasil, o grão seguiu sua trajetória
O Café continua sua epopeia, de braços dados com a história.
Sobre o Autor:
Hugo Britto, nascido em Recife no dia 15/03/1985, tem formação em Engenharia, mas é apaixonado por Literatura. Começou a escrever por razões da militância socialista, e a atividade se tornou um Hobbie. Hoje escrevo mais poesias, folhetins, Contos e ensaios (Filosofia, Sociologia).
Revisão: Luiza Fernandes
Parabéns pelo trabalho meu caro. P A R A B É N S.
Belíssima retrospectiva histórica! Como algo tão corriqueiro, pode transformar-se em poesia. É isto que nos faz humanos! Parabéns, por conseguir extrair da simplicidade o belo. E o belo nos faz muito bem!
Poesia magnífica, me fez viajar no passado histórico desde a descoberta do café. Parabéns! Amei!
Muito bom! Café tem muitas histórias para contar!