Sou noturna, mulher-lua, filha do oriente
Nasci em outubro, ao findar de um poente
Fiz na areia o meu sanctum celestial,
Cristal violeta posto num pedestal
Sou praia à noite, luz azul, lua cheia
Sou praia à tarde, céu lilás e lua vermelha
Às vezes cigana, às vezes índia, uma vez sereia
Carrego raízes de mulheres fortes
Um sussurro me diz sobre o amanhã
Não temo tempestades, sou moça e anciã
Notívaga, vagante pela madrugada
Meus olhos-esmeraldas são janelas
Que se abrem para a estrada
Sou noturna, mulher-lua, filha do oriente
Sou praia à noite, luz azul, lua cheia
Sou um corpo no mundo
Uma estrela que nasce
Uma aurora
Um grão de areia