Sou noturna, mulher-lua, filha do oriente
Nasci em outubro, ao findar de um poente
Fiz na areia o meu sanctum celestial,
Cristal violeta posto num pedestal
Sou praia à noite, luz azul, lua cheia
Sou praia à tarde, céu lilás e lua vermelha
Às vezes cigana, às vezes índia, uma vez sereia
Carrego raízes de mulheres fortes
Um sussurro me diz sobre o amanhã
Não temo tempestades, sou moça e anciã
Notívaga, vagante pela madrugada
Meus olhos-esmeraldas são janelas
Que se abrem para a estrada
Sou noturna, mulher-lua, filha do oriente
Sou praia à noite, luz azul, lua cheia
Sou um corpo no mundo
Uma estrela que nasce
Uma aurora
Um grão de areia
Parabéns, sempre bom, não apenas ver, mas ler as expressões do nosso EU. Parabéns...
Sensacional!! Parabéns.
Simplesmente impactante, conterrânea. Lendo seu poema, vi-me em Tambaba, na praia dos nudistas. Fiquei hospedada em Cidade do Conde. Em minha lua de mel (há trocentos anos) ficamos no hotel Tambaú, lindo tinha sido recém-inaugurado. Cresci e me eduquei em São Paulo, mas sempre que posso, dou um pulo em alguma capital do nordeste. Fevereiro, já reservamos hotel em Maceió.