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Os que vieram antes


aldeia indígena reunida, com pinturas e adereços de sua cultura
Foto: Anne Vilela (EBC)

Negou-se a eles um direito que sempre lhes pertenceu, mas não parou por aí;

também roubaram-lhes as terras;

tiraram-lhes a paz;

trouxeram-lhes doenças e descrença em tudo o que é diferente.

Os seus corpos foram violados; e não bastasse isso,

foram retirados de seus lares, escravizados;

torturados e vilipendiados.

Outros tantos, assassinados, pelo simples fato de existirem.


Tentaram diminuir a relevância de suas deidades, em uma atitude vã de enterrarem as suas culturas e as suas histórias; no entanto, ainda havia muito a destruir:

devastaram a natureza que sempre foi berço, sustento e acolhimento de seus clãs; forçaram-lhes a um pertencimento e ignoraram os seus lamentos, tudo em nome de uma civilidade excludente.


Agora, resta-lhes o quê?

Continuar a clamar pelo reconhecimento de seus direitos civis, para que assim, consigam evitar a extinção de suas tribos e reconquistar a liberdade em seus próprios territórios: a liberdade de serem quem são e de viverem de maneira plena, como viviam os seus antepassados, aqueles que estavam aqui, cuidando, honrando e respeitando a floresta e sua biodiversidade muito antes das naus e caravelas aportarem trazendo consigo ardilosas promessas de melhorias aliadas a uma imensa falta de empatia.

 

Sobre a autora:

Brasileira, paulistana e formada em Letras - Tradução desde 2018, Karla Gama sempre amou escrever, porém, nunca teve coragem para expor os seus escritos por não julgá-los bons o suficiente. Até chegar o momento em que decidiu mudar de atitude e, principalmente, de pensamento: passou a acompanhar escritores experientes em busca de aprimoramento, e a publicar os seus escritos.


 

Revisão: Carol Vieira

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