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Podar

Flores e flores para onde olhar.

Meu olhar sem lugar não sente

como sente o coração,

que faltam flores penteadas

como os cabelos de Lídia...

Lídia ofegante,

Lídia suada,

Lídia no chão,

à crua tarde, a morte crua.

E quem será que?

Mas seu perfume com o jardim compete

ainda depois de fria e escura

sob os pés de pedra.

(Fugaz sensação).


Vem o jardineiro

cuidando cuidando cuidando

todos os dias nos dias todos.

Acostumou-se,

já não ama as flores,

as flores que murcham na terra,

as flores que nas fotos duram,

as fotos que se apagam...

e depois se apaga o mundo

com as fotos

com as flores.

1 commentaire


Daniel, gostei de muitas imagens de seu poema.

Que bela é a percepção que o eu lírico tem da essência de sua falecida flor

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