top of page

Sem ar

Atualizado: 24 de mar. de 2021


ree
Foto do Pxhere

Sem ar

Hugo Britto


Sinto-me sem ar

Vendo os carros a transitar,

As pessoas que estão a voltar

Da firma, ainda a funcionar.


Sinto-me sem ar

Vendo um ônibus a lotar

E as pessoas que estão a respirar

Naquele fechado lugar.


Sinto-me sem ar

Vendo uma criança voltar,

Da escola que insiste em continuar

Iludindo os pais com o “cuidar”.


Sinto-me sem ar

Vendo o presidente a galhofar,

Com seu mal gosto a brincar

Do alheio desgraçar.


Sinto-me sem ar

Lendo o boletim a divulgar,

Em números transformar

Os mortos, sem pesar.


Sinto-me sem ar

Quando fico a pensar

Nas famílias a se desmanchar

Sem os parentes, que não podem velar.


Sinto-me sem ar

Vendo o fascismo prosperar,

Com o holocausto a exterminar,

Nos matando de fome ou sem ar.


Quando poderei respirar?


ree

Sobre o Autor:

Hugo Britto, nascido em Recife no dia 15/03/1985, tem formação em Engenharia, mas é apaixonado por Literatura. Começou a escrever por razões da militância socialista, e a atividade se tornou um Hobbie. Hoje escrevo mais poesias, folhetins, Contos e ensaios (Filosofia, Sociologia).

Revisão: Jázino Soares

6 comentários


karlagamaescritora
karlagamaescritora
26 de mar. de 2021

Parabéns pelo texto, Hugo! Atual e verdadeiro 👏👏

Curtir

Alladin
Alladin
25 de mar. de 2021

Muito bom

Curtir

Aline Amorim
Aline Amorim
25 de mar. de 2021

Sem ar todos nós, que somos lúcidos, nos encontramos neste momento. Parabéns pelo trabalho! E só para não perder o costume: FORA BOLSONAROOO!!

Curtir

Jussara Helene Martins
Jussara Helene Martins
24 de mar. de 2021

Lúcida, mostra nossa real situação. Parabéns

Curtir

Luiz Rodriguez
24 de mar. de 2021

Muito bom trabalho, e de tirar o fôlego. Parabéns meu caro.

Curtir
Post: Blog2 Post
bottom of page