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Foto do escritorGabriel Soares

SÉRIE ANTEROS - Nova Ligação

Pereira retornou da casa na fazenda do prefeito trazendo a informação que a perícia estava a caminho.

— E descobriu onde a mulher do capataz mora? — Perguntou Elisa.

— Sim, delegada. Uma das cozinheiras me disse que eles eram do distrito de Imburana. Uns dez quilômetros depois do distrito.

Partiram para a fazenda no mesmo momento, deixando a cena do crime sob responsabilidade dos policiais militares presentes.

Chegando perto do local informado, viram uma porteira e uma pequena casa ao fundo. Entraram pelo terreiro em meio aos latidos dos cachorros e acionaram o giroflex da viatura. Logo uma velha com um pano cobrindo os cabelos brancos saiu pela porta dos fundos com uma forma de biscoitos de polvilho nas mãos. Elisa logo desceu do carro.

— Bom dia, senhora. Delegada Elisa Lucena. Polícia Civil de Ecoporanga.

A velha acenou com a cabeça, como se esperasse maiores explicações.

— A senhora é a mãe da esposa do capataz do prefeito? — Continuou Elisa.

— Sim.

— Precisamos falar com ela.

Sem mais comentários, a velha apenas virou-se e voltou para a casa. Minutos depois, saiu, já pela porta da sala, a mulher.

— Bom dia, delegada.

— Bom dia.

— Vocês querem entrar? Tomar um café? Estão saindo biscoitos do forno agora.

— Se te deixar mais tranquila para conversar.

Entraram na casa. Cumprimentaram o velho que tentava sintonizar a rádio com um pedaço de palha de aço na antena.

— Esse é meu pai, Afonso.

E foram para a cozinha.

— Essa é minha mãe, Adélia.

Também cumprimentaram e velha e foram convidados a sentar à mesa. Logo o bule virou sobre as xícaras de esmalte e o café foi servido, juntamente com biscoitos de polvilho e de nata, além de um esfarelante bolo de fubá.

— E qual o seu nome? — Perguntou a delegada.

— Adevânia.

— E vocês trabalhavam para o prefeito a muito tempo?

— Ah, tem tempo. Jordi ainda tinha cabelo.

— Quem?

— Meu marido.

— Esse é o nome dele?

— Sim. Jordi Gonçalves.

 

Capixaba natural de Ecoporanga, atualmente residindo em Feira de Santana-BA; estudante de Pedagogia, escreve desde criança. Apaixonado por café, criança, história, arte e cultura brasileira. A Arte de Viver foi sua primeira novela publicada, além da coletânea Contos Oh! Ríveis, de humor, estando presente em coletâneas de contos e poemas do Projeto Apparere e contos disponibilizados na Amazon.

O gênero policial vem sendo seu novo foco na escrita, explorando a temática familiar, um prato cheio para discutir as relações da sociedade e refletir sobre as atitudes passionais.

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