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Foto do escritorGabrielly Hannaly

CARTAS AO LEITOR de TRINTA E UM DIAS



CARTA DA AUTORA

Ninguém sabe o que sente. Às vezes estamos ali tão absortos em acertar que esquecemos que temos que sentir primeiramente. A vida não é um teste com respostas prontas! A vida é uma prova para a qual você não estudou e tem que responder mais de 50 questões sem nem ao menos saber qual é o tema de cada uma delas.

Algumas vezes, meu caro, você vai se sentir perdido em plena madrugada, vai pegar seu bloco de notas com páginas amassadas e vai querer escrever alguma coisa só para aliviar o seu próprio desgosto; às vezes, você vai andar pelas ruas da noite, vai querer suprir algumas dores e vai querer jogar-se em subterfúgios, mas não vai conseguir fugir e nem construir seus próprios muros, porque nem todos nós somos dotados de autocompreensão! E é difícil entender que algumas coisas têm um tempo certo para acontecer, independentemente do seu estado, seja ele dormente ou ativo, você tem que esperar mesmo que queira, naquele momento, estar munido e preparado, que já tenha corrido quilômetros e por anos já tenha andado, você vai ter que esperar… Porque para se caminhar, primeiramente tem que ter uma estrada.

Não dá para querer andar antes que ela seja construída. para chegar do outro lado do rio deve-se atravessar a ponte e não se pode querer atravessá-la antes dela ter sido feita. A vida é feita de escolhas, assim como é de momentos. A vida é feita de espera, ainda que nos tornemos meros aumentos de uma realidade desejada, escrever é uma forma de aliviar a mágoa no peito, é uma forma de correr sem jeito e de transcender qualquer tipo de defeito, porque quando você escreve... Você é mais real, é diferente. Você tem linhas à sua frente e está traçando a sua rota e o seu mapa, as palavras são seus guias, os pontos seus freios e as aspas são jeito mais leve de citar os seus próprios desejos e anseios.

Um dia você vai parar e ao olhar para trás. Verá cada coisa que passou e vai se perguntar como foi que você chegou ali ou o que fez para estar ali. E a questão principal, meu caro, é não se perguntar nada e sim aproveitar o caminho, para que lá no final você não tenha que se questionar por onde passou e saiba descrever detalhadamente cada passo que trilhou, porque a vida passa rápido demais até para nós, escritores, mas ela sempre estará ali de um jeito ou de outro, na espreita, na sua rima ou no seu verbo, na sua lírica solta, seja o que for… Ela sempre estará ali, te esperando, velando os seus sonhos acordado, querendo que escreva qualquer coisa em um mero acaso, porque é assim que se fazem escritores!

Nós não somos nada pré-definido, um argumento ensaiado, uma palavra bonita, somos o caos e somos a perfídia, somos tudo quanto é confuso e nada quanto é bonito. Nós somos desiguais, desamorosos, catastróficos e até mesmo incompletos e guardamos no peito anseios de eras, pois é como se as épocas para nós não existissem, porque estamos à frente delas, somos escritores que buscam escrever não o presente, o passado ou futuro, buscamos escrever através do tempo, porque uma palavra dita no ontem pode viver por séculos e séculos, mas uma palavra omissa no ontem, lá mesmo perece.

Gabrielly Hannaly

 

CARTA DO LITERATURA ERRANTE

Essa foi a série mais prolongada do Literatura Errante, até hoje. Foram 31 semanas, publicando pontualmente todos os sábados mais um capítulo desta estória envolvente escrita por Gabrielly Hannaly.

Esperamos de coração que você tenha acompanhado e tenha curtido os passos dados, um a um, até o desfecho. Se gostou, ou se acompanhar lhe foi custoso, temos uma novidade: Estaremos, em breve, lançando o livro TRINTA E UM DIAS, pela Editora Literatura Errante.

Contamos com você para adquirir o seu exemplar (e-book ou impresso) e para nos ajudar a divulgar a obra. Vamos em frente!

Pablo Gomes, editor e coordenador do Literatura Errante

 

Sobre a Autora:

Uma autora independente que gosta de escrever tanto quanto de respirar, participou de varias antologias e foi uma das dez finalistas no concurso "cuenta me un cuento" de 2020. Também participou da antologia anjos caidos da dar books, onde o livro esta na amazon com o conto intitulado: "o testemunho de Delphin". Foi selecionada para o a antologia Teleportados com o conto: " Por de trás da pálpebras", no entanto não participou na formação do livro. Uma escritora inovadora, aspirante a poeta e muito concentrada em sempre dar o seu melhor, buscando uma oportunidade de provar o valor de suas palavras.


 

Revisão: Tatiana Iegoroff

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