Danilo e Pereira entraram na delegacia rompendo a porta do gabinete da delegada num impulso.
— O que é isso? — Indagou o corregedor, levantando-se da cadeira.
— É o Saldanha. — Bradou Danilo.
— O quê?
— O infiltrado na equipe. Mostra pra ele, Pereira.
Ao olhar a mancha pixelada no braço de Saldanha continuou sem entender.
— Está maluco, rapaz? Entrar acusando um colega de equipe desse jeito...
— Essa marca. É a tatuagem deles. Todos têm. Anteros.
— Ahn?
— Todos que fazem parte desse esquema tem a tatuagem de um deus grego chamado Anteros. Uns caras fichados, o gerente...
— Mas nessa foto não dá pra decifrar nada. Além do mais, só por uma tatuagem uma pessoa não está automaticamente numa quadrilha.
— Vai por mim. Eu aposto que quem acusou a Elisa foi ele.
O corregedor tentou titubear, mas a feição acabou entregando a verdade.
— Sabia! Nem adianta negar.
— Ribeiro, traga o Saldanha pra cá.
Ribeiro seguiu a ordem do corregedor.
— Elisa, vamos colocar esse caso às claras pra poder acabar com ele de vez. — Disse o corregedor.
— Seguinte, temos a morte de um capataz do prefeito que tinha o nome envolvido num contrato suspeito que encontrei nas coisas do meu pai lá em casa. Esse contrato consta o nome do advogado Saulo Peçanha, mas eu conversei com a esposa do capataz e ela afirmou não ter conhecimento de nada e que o marido raramente vinha à cidade. Fomos ao banco e o gerente me entregou extratos falsos da conta do morto e tudo indica que ele estava sendo usado como laranja em um esquema envolvendo o Saulo, o tabelião, que reconheceu a firma do contrato provavelmente de uma assinatura que não é do capataz e, talvez, até o prefeito esteja envolvido.
— Não esqueça do sequestro da sua mãe. — Completou Danilo.
— Porra! Que merda você arranjou.
Nesse momento Ribeiro entrou de volta no gabinete.
— O Saldanha fugiu.
Sobre o Autor:
Capixaba natural de Ecoporanga, atualmente residindo em Feira de Santana-BA; estudante de Pedagogia, escreve desde criança. Apaixonado por café, criança, história, arte e cultura brasileira. A Arte de Viver foi sua primeira novela publicada, além da coletânea Contos Oh! Ríveis, de humor, estando presente em coletâneas de contos e poemas do Projeto Apparere e contos disponibilizados na Amazon.
O gênero policial vem sendo seu novo foco na escrita, explorando a temática familiar, um prato cheio para discutir as relações da sociedade e refletir sobre as atitudes passionais.
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