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SÉRIE ANTEROS - Mais Desconfiança


— Pelo Visto o caso aqui é bem pior.

— Deixe a equipe retornar à ativa... — Intercedeu Pereira.

— Não. Assim eles vão saber que descobrimos algo. Vocês vão ter que trabalhar em sigilo.

O corregedor ordenou que Ribeiro devolvesse as armas e distintivos de Elisa e Pereira.

— Me mostrem as fichas dos caras que tem a tal tatuagem.

Danilo foi ao arquivo buscar as fichas enquanto Elisa explicava suas suposições sobre o caso. O olhar do corregedor parecia surpreso com tal situação numa cidade tão pequena e de aparência tão tranquila.

No início, como todos, pensou que era exagero da delegada por esta ter vindo dos conturbados departamentos da região metropolitana, mas após ver as fichas e ouvir os rastros encontrados pela equipe passou a ver com mais credibilidade as hipóteses de Elisa.

—Seguinte, vocês voltam pra casa mas tentem não dar pinta de que estão trabalhando. Elisa, você vai ter que ficar aqui.

— Eu e o Pereira vamos avisar a dona Sandra. — Disse Danilo já puxando o colega pelo braço.


Na sala da casa, a mãe de Elisa não demonstrava muita contrição com a noticia da filha detida.

— Ela está na cela?

— Não. Está numa sala especial, mas não pode sair de lá. A corregedoria ainda está investigando.

— Não se preocupe, dona Sandra.

— Não estou. Ela sabe o que faz, e se está nessa situação é porque quis.

Diante da posição ríspida da senhora, Danilo e Pereira se levantaram e saíram.


Já no carro de Pereira a caminho da casa de Danilo, o investigador cantou uma bola.

— Essa velha não me engana.

— Do que você está falando?

— Essa dona Sandra. Não é de hoje que ela é estranha desse jeito. Já viu, a filha detida injustamente e ela toda posuda.

— Deve ser o jeito dela de enfrentar uma situação difícil assim.

— Não. Já vi ela em outras situações difíceis e nunca teve essa postura.

— Então...

— Não acreditei naquele sequestro. Muito mal disfarçado. Esses caras não iam fazer um serviço malfeito daquele... Deixar ela solta numa casa velha num sitio e com o celular na bolsa?

— Você não acha que...

— Você acha mesmo que ela jogou os documentos e anotações do delegado Rubem fora à toa?

 

Sobre o Autor:

Capixaba natural de Ecoporanga, atualmente residindo em Feira de Santana-BA; estudante de Pedagogia, escreve desde criança. Apaixonado por café, criança, história, arte e cultura brasileira. A Arte de Viver foi sua primeira novela publicada, além da coletânea Contos Oh! Ríveis, de humor, estando presente em coletâneas de contos e poemas do Projeto Apparere e contos disponibilizados na Amazon.

O gênero policial vem sendo seu novo foco na escrita, explorando a temática familiar, um prato cheio para discutir as relações da sociedade e refletir sobre as atitudes passionais.

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