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O bom café de todo dia


Palhaço Triste Com Flores Na Parede De Azulejos
Foto de Phinehas Adams (Unsplash)

Como mudou o mundo desde que o homem aprendeu a cultivar o café! As histórias e reviravoltas são tantas que o início de seu cultivo confunde-se com a própria história do Brasil, estando a evolução do país a caminhar de mãos dadas com o desenvolvimento do grão de ouro preto. Já fomos conhecidos pelo futebol, café e samba no pé, e quem não gosta dessas três paixões nacionais bom sujeito não é.

A palavra café tem sua origem no árabe arcaico, significando força. Que força é essa que tem esse fruto avermelhado de folhas espessas e muito escuras? Tem o poder de mudar o seu dia, seu humor e os rumos econômicos de um país. Já parou para ouvir sobre a economia nos jornais de manhã bem cedo? Sempre se diz o preço do ouro e da saca de café, como se isso pudesse ser importante para as decisões que você tomará ao longo do dia. Não será; você ouve, esquece e segue soprando a xícara e tomando o seu café.

Por um tempo o café foi considerado uma droga, algo capaz de mudar o humor e o comportamento das pessoas. Isso não pode ser de Deus. - Disseram os religiosos de tempos antigos. Puro recalque por ter sido descoberto e distribuído em larga escala pelos países muçulmanos; era considerado uma bebida herege. Ou será que isso não seria uma forma de controle? Decerto era que os intelectuais daquela época se encontravam em cafés, onde discutiam amplamente os rumos da política, da necessidade de modernização da igreja, criações de sindicatos e etc. Assim sendo, muito interessante seria proibir o seu consumo.

O café já não é proibido, muito pelo contrário, está na mesa dos brasileiros de todas as classes, assim como deveriam estar as antigas discussões ao redor de uma boa xícara da bebida. Discussões acaloradas e fortes deveriam ser produzidas como uma boa taça desse líquido quente e robusto, que muda o nosso humor, mas bem que poderia mudar o rumor dos assuntos diários à sua volta. Na casa do trabalhador da construção e do nobre magistrado, lá está o pretinho querido. Como a regularidade do café à mesa, que tenhamos discussões livres, sinceras e bem informadas. Que possamos afastar de nós o café servido no velho cálice (cale-se).

 

Sobre a Autora:

Escritora e poeta, nascida em Pernambuco, mora nos Estados Unidos, desde 2002. Autora de Memórias de Armário; Carnaval, Futebol e Pandemia e dos contos das antologias: Gordes (Se liga editorial) e Nordeste em cores (Coletivo Oxelgbtne). Sua vivência como imigrante lhe proporcionou uma visão culturalmente diferenciada para proporcionar às suas personagens um empoderamento há muito perseguido pelas mulheres brasileiras, propositalmente proporcionando-lhes inevitáveis finais felizes.

 

Revisão: Carol Vieira

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