O escritor deve compreender a obrigação e a necessidade de ser um autor do povo! Autor do povo é aquele que não necessariamente milita, mas também que não compactua com ideias doentias, e nem justifica a violência que o povo sofre! Ele está lá, de mãos dadas segurando o camarada que está na frente, e puxando o que está atrás. Ele não permite que outros tentem maquiar as perversidades da humanidade, não passa mão na cabeça de estupradores, nem de torturadores, e muito menos de fascistas. Ele está lá, pronto para briga!
Porque devemos permitir esse romantismo doentio? Em fazer esses monstros em heróis ou em galãs de novela? Devemos permitir ou lutar contra? Pensem! É isso mesmo que vocês querem? Que o nosso único lugar de fala, onde damos vida aos nossos mundos, vida as nossas vidas, seja jogado ao lado desse lixo que está sendo produzido agora pelo seu coleguinha? É isso que queremos que nossos filhos leiam? Que pensem que seja bonito abusar do próximo? Então, por que deixamos a perpetuação desse discurso odioso?
Qual a razão dessa omissão? Levantem! Lutem pra que esse devaneio acabar! Mas ficamos sentando observando quando o discurso do ódio vaga em nosso local de trabalho, por quê? Será que somos parte desse problema? Então por que não somos a solução? Por que não botamos a cara e gritamos não?! Não vamos aceitar esses ideais maquiavélicos! Está na hora de organização! De ser a linha de frente! Devemos contra-atacar urgentemente! Devemos ser autores do povo! Pois somos a serviço dele. Devemos trabalhar em um mundo melhor, independente se você escreve poesia, contos, novelas ou romance, você deve agir. Segure a mão do camarada humilhado, e dispare sua raiva contra aqueles que pregam o mal! Mas não pense que esteja falando de violência, mas sim de ação, de agir, soltar os verbos contra essa praga de romantizar a barbárie. Mas não pense errado, impondo essa obrigação, a escolha é sempre sua. Então, vai ser parte do problema ou parte da solução?
Sobre o Autor:
Pernambucano, ator, produtor cultural e escritor, Luiz Alladin escreve versos desde a infância, influenciado pela família, mas entrou de cabeça mesmo na literatura quando largou a faculdade de ciências contábeis e começou a frequentar os saraus. Hoje ele se dedica em escrever seus textos e a produzir eventos culturais na região onde vive, no interior de Pernambuco, preservando espaços de cultura de resistência.
Revisão: Danielle Fredini
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