PARTE I – Direito à opinião
Todo mundo tem direito
A ter e expressar opinião
Mas, opinião não é achismo
Quer você queira ou não
Muitos pensam que é o que basta
Supor algo e está pronto
Opinião está formada
E merecedora de respeito
Mas, isso não é opinião
Essa visão está equivocada
Não passa de mera ilusão
Transmitida e divulgada
Opinião, pra realmente sê-lo
Precisa ser embasada
Tem fundamento, estudo e zelo
Não se pode tirar do nada
Logo, se invoco meu direito
De sustentar uma opinião
Que eu a extraia do cérebro
E não do ânu… do coração
PARTE II – Liberdade de Expressão e Responsabilidade
Todo mundo tem direito
À liberdade de expressão
É líquido, exigível e certo
Publicar, quer queira ou não
Mas liberdade de imprensa
Não se exerce arbitrariamente
Publique-se o que se deseja
Mas, responsavelmente
Não se trata de censura
Seria coisa abominável!
Jamais deseje ditadura
Que é tipo de mal insanável
Mas, nunca se aliene
Da insigne prerrogativa
Do seu direito perene
Da verdade proativa
Ao se fazer uma publicação,
Respeite o que é fato
Expresse sua opinião
Sem dar voz a boato
Ora, a verdade não é algo nato
E opinião dá muito trabalho
Mas, no fim, seja sensato
Mentir te faz carta fora do baralho
Melhor caminho é preservar-se
E manter confiabilidade
Que em glória temporária deleitar-se
Na incerteza da volatilidade
Falsas ideias vêm e vão
E conquistam seu lugar e tempo
Falsas ideias não vêm em vão
Mas, é perigo erigir-lhes templo
PARTE III – Império da Opinião
Vivendo uma nova Era
Chamada de pós-verdade
Que horrenda quimera
Em plena puberdade
O fato já era
E foda-se a verdade
Libertaram a fera
Da iniquidade
Tudo se adultera
Sem a mínima idoneidade
A mentira agora impera
E a “opinião” sem criticidade
Repetem-se sem responsabilidade
“Fatos alternativos”, e se venera
Um “Mito” desprovido de sanidade
E a quem disso discorda, se impropera
Foi-se embora a sanidade
Respira-se pesada atmosfera
Não há mais de imprensa liberdade
Pois a censura à espreita espera
Mais uma ameaça reverbera
Com pleno abuso de coercibilidade
Feita com armas apontadas e cólera
Contra jornalistas de credibilidade
Porque ousaram com dignidade
Fazer justamente o que se devera
Não se trata de santidade
Mas, perguntar à autoridade, seu mister impera
O presidente sem urbanidade
Em atitude sem a menor têmpera
Desprovido de qualquer honestidade
Encerrou a coletiva como sempre quisera
Nesta realidade tão áspera
Lutar pela liberdade impera
Não pela irresponsável de falar asneira
E alimentar a pútrida oncosfera
Mas, a liberdade de imprensa
De falar a verdade densa!
Ora! Dar opinião fundada compensa
Mais do que proferir gratuita ofensa
É preciso acabar, portanto,
Com o império da falsa opinião
Lutar pelos fatos neste antro
E acabar com a desunião
PARTE IV – Possível saída
Se opinião cada um tem a sua
Concordâncias terão demasiados hiatos
Unamo-nos então pelo poder dos fatos
Que não é algo que alguém possua
E discordâncias? Ah! Sempre tenhamos!
Que discordar tendo respeito
É saudável, e é mais do que direito
Pela saudável discordância exortamos!
Aos que ora recebem este convite
Sejamos firmes, mas, não chatos
Para que a democracia gravite
Acolhimento e bons atos
Tal exercício não é fácil
E nem sempre se consegue
Não é ser somente dócil
Pois a mentira assim prossegue
Não calaremos, mas ouçamos
Não julgaremos, mas não esqueçamos
Reconheçamos que nem todos recuperamos
Mas a cada alma salva, enfim comemoramos!
Sobre o autor:
Ator e escritor pernambucano. Escreve desde a infância e entrou de cabeça no universo da literatura em 2009. Desafia-se regularmente a escrever nos diversos gêneros que lê avidamente. Idealizou o Literatura Errante, e tem batalhado para fazê-lo dar certo como um coletivo.
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Revisão: Carol Vieira
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